MARCO POLO

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FILME SPRINGFIELD - Still: KLana By: Guatemala-Panamá-México

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

LADY FRANCISCO - DE BOATE DE QUINTA A PALCOS RELUZENTES

Por Sheila Green - Jornalista
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                                  De São Paulo - Especial para o Blog


Palcos Reluzentes e nem tantos da vida

De Boate de Quinta a Palcos Reluzentes , a vida de Lady Chuquer Volla Borelli Francisco De Bourbon,   ou a nossa Lady Francisco vai desfilar, brevemente, através das telas dos  cinemas nacionais. Como o próprio título sugere,  o documentário – com direção de Rochane Torres e Marco Polo – promete informação e  emoção sobre a trajetória de um dos grandes talentos artísticos de nosso país. Desde o início de sua carreira, como apresentadora de programa infantil, na década de 50,  em Belo Horizonte.  “ Mas também dentro e fora dos holofotes da tevê, cinema, teatros e circos brasileiros”, ressaltam  os cineastas.  As filmagens começam no dia 19 de março.
Com  depoimentos da própria personagem  - “ a atriz que se veste de si mesma, para interpretar a sua própria história”- como salienta a produção do curta -  e baseado no livro Nunca Fui Santa, escrito recentemente, pela própria atriz, veremos uma guerreira Lady lutando para se firmar entre inúmeros preconceitos da sociedade machista da época.
E trabalhos foram muitos, no caminho da atriz, para conquistar os palcos reluzentes de sua carreira.  Noviça, enfermeira, aeromoça, miss, garotapropaganda, bailarina,  radialista, colunista social, coreógrafa, cantora , compositora, empresária....  e até modelo de boneca inflável!
 Isto, nos anos 80. Quando ela foi escolhida pra ser molde de um produto de consumo sexual. A Lady Inflável!  “ É o que eu chamo de explorar a imagem, acabei símbolo sexual”, diz ela, com sua constante irreverência.
Lady tem consciência que,  apesar do contraste com sua personalidade “tímida, reprimida e caipira”, conforme ela própria define,   foi sob o estereótipo de  prostituta  e “ mulher fatal,” que teve assegurados os inúmeros papéis apresentados na televisão.  “ Acreditava-se, nesta fase da dramaturgia brasileira, que para ser atriz, tinha que cair na prostituição”, revela.
Bem ao contrário do que dizia a imprensa mineira, no período em que fazia revista na praça Tiradentes, em Belo Horizonte, de que iria virar vedete e destruir sua carreira no teatro, rebolando.  Um pouco antes, Lady havia sido escolhida Revelação Artística, pela Escola Mineira de Artes Dramáticas. Mesma época que fundara – junto com Coracy Raposo o Teatro Moderno de Arte de Minas Gerais, conhecido como TEMA.
Depois foi pro Rio, pra seguir a carreira de atriz. Fez  sucesso nas tevês Tupi, Manchete e Globo, protagonizando novelas. A mais recente, Cheias de Charme, no ano passado, onde interpretou a engraçadíssima vidente madame Kastrup.
No cinema, atuou em todos os gêneros, desde pornochanchadas,  até papéis dramáticos, como Lúcio Flávio: Passageiro da Agonia, de Hector Babenco e O crime do Zé Bigorna. Neste filme, ela ganhou o troféu candango, no Festival de Brasília, de 1977, junto com Lima Duarte e Anselmo Duarte de melhor atriz. Também, com Duarte, foi premiada no Festival de Berlim.
Na base de muito jogo de cintura, para construir o seu espaço,  a atriz passou por inúmeros dramas em sua vida. Especialmente após a fase glamurosa.   Entrou em depressão . Mas soube   dar a volta por cima.
Com uma carreira cheia de altos e baixos, pode se dizer que a vida de Lady Francisco nunca foi um marasmo e, atualmente, ela acredita que está no melhor momento de sua profissão, prometendo revelar nesse documentário o que sabe fazer de melhor.  De acordo com a produção, “terá a oportunidade de interpretar, por reconstituição ficcional momentos ímpares de sua vida, reviver sua história, rir de si mesma e nos revelar que, apesar de tudo, ainda está na arena.”
Que venham logo os palcos reluzentes desta  atriz excepcional!